A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (7), a Operação Apocalipse. O alvo é uma uma organização criminosa que atuava em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. As investigações revelaram indícios de que a organização criminosa infiltrada na prefeitura, era especializada em fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, falsidade e uso de documentos e lavagem de dinheiro.
As irregularidades ocorriam em secretarias relacionadas à saúde pública, limpeza urbana, esporte e cultura. Segundo a apuração, as empresas selecionadas, algumas delas apenas de fachada, estavam relacionadas, direta ou indiretamente, a um empresário municipal. Na ação estão sendo cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 44 ordens de afastamento de sigilo bancário e fiscal, além de dois mandados de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. Além destas medidas, 30 ordens específicas fizeram o bloqueio contas bancárias e de patrimônio estimados em R$ 20 milhões .
“Com os contratos em vigor, foram realizadas inúmeras manobras ardilosas que possibilitaram o desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito daqueles que foram identificados como os supostos líderes da organização criminosa. Essas práticas possibilitaram uma exponencial evolução patrimonial de alguns investigados, cujos bens estavam ocultados em nome de interpostas pessoas, mas foram revelados pelas medidas investigativas adotadas no bojo da presente investigação”, diz nota da PF.
Entre 2013 e 2020, em 25 licitações, foram movimentados mais de R$ 60 milhões de verbas públicas por meio de 25 contratos celebrados com as empresas do grupo. Há elementos que indicam que até licitações relacionados ao combate da pandemia causada pelo novo coronavírus foram manipuladas pela organização criminosa.
A operação, batizada de “Apocalipse”, tem seu nome relacionado ao padroeiro da cidade onde os fatos foram praticados, Arcanjo Miguel, o qual é reportado no livro de Apocalipse como um guerreiro na luta contra o mal.