São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental.
A equipe do Portal Novos Olhares conversou com a Psicologa, CRP 08/28405, Talita Medeiros que explica um pouco mais sobre o surgimento da prevenção e formas de como perceber que um indivíduo precisa de ajuda.
Considerado um mês da Conscientização à Vida, o que vem a ser a sigla “Setembro Amarelo”?
O Setembro amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio que iniciou em 2015, mas essa campanha a nível mundial acontece desde 2003 e o dia 10 de setembro é nomeado o dia mundial de prevenção ao suicídio. A cor da campanha foi adotada de uma tragédia que aconteceu em 1994, onde um jovem de 17 anos tirou a vida dirigindo um carro amarelo. Essa campanha é de extrema importância, pois o suicídio é um problema de ordem de saúde pública e pode ser evitado. A cada 40 segundos, uma pessoa morre por conta do suicídio. É uma problemática que não conseguimos mensurar, mas conseguimos nomear sendo de ordem mundial, pois está presente no mundo todo.
Qual é o tamanho desse problema?
O tamanho desse problema é de ordem mundial, está presente em diversas classes sociais, áreas e culturas. Segunda a Organização Mundial da Saúde, (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por ano por causa do suicídio. É responsável por 1,4 % de mortes no mundo e no ranking de mortes esta em 18º.
Como clima escolar e saúde mental se relacionam?
o clima escolar e a saúde mental se relacionam o tempo todo. Pensando na escola como ambiente que não apenas proporciona o conhecimento, o novo, mas um ambiente onde a cultura e a diversidade esta presente também, a escola pode ser a rede de ajuda que pode promover a saúde mental. Pensando na saúde mental composta e desenvolvia por essa interação com o meio e com o indivíduo, a escola pode ser essa fonte de saudê mental, levando os indivíduos a viverem em uma ambiente de harmonia e segurança, evitando assim os pensamentos e a te as tentativas suicidas.
Que tipo de ações as escolas podem fazer para atuar no problema?
Diante dessa problemática a gente entende que a escola também pode ser uma rede de apoio e de auxilio diante dessa demanda, então, a escola pode ser essa porta de entrada para a conscientização, orientação, por meio de palestras, grupos de apoio, direcionamento tanto pai como o aluno, quanto para os familiares diante de uma demanda ou de uma situação similar que possa levar o suicídio.
O bullying tem alguma coisa a ver com essa história toda?
A prática do Bullying, ela pode desencadear pensamentos e até tentativas suicidas. O bullying por si só, é uma prática onde trás problemas de ordem emocional, física, social, levando o indivíduo ao sofrimento e a pessoas que comete o suicídio, ela não quer retirar a vida, quer retirar aquilo que está gerando sofrimento e o bullying é uma prática, onde gera sofrimento, dor, para o indivíduo, então o bullying está muito relacionado principalmente aos adolescentes e até a fase jovem, onde muitas vezes a consequência desse bullying gera pensamentos e tentativas suicidas.
Tem alguma forma que podemos ajudar, no caso descobrir indícios de que o jovem precisa de ajuda??
Sim, existem formas de poder ajudar as pessoas que estejam maniofestando pensamentos ou atos suicídas. Pensando no jovem, mas qualquer faixa etária, qualquer individuo que apresenta sofrimento, é importante identificarmos e saber quais são os próximos passos para ajudar. Algo importante a se destacar é que o individuo que pensa, tenta e até pratica o suicidio em si, são pessoas que não querem tirar a vida, somente tirar aquilo que está gerando um sofrimento. Então, o suicidio, falamos sobre dor e sofrimento e vou destacar alguns pontos importantes para nos tornarmos agentes de transformação na vida de quem precisa.
E eles são;
O primeiro passo é identificar mudanças que vem gerando sofrimento ao mesmo [individuo];
Partindo disso, o próximo passo é acolher esse individuo, proporcionar um espaço de confiança, de escuta, onde ele possa falar e não ser julgado, onde ele possa expressar aquilo que esta doendo;
Partindo desse ponto, o próximo passo é encaminhar a pessoa, acompanhar nas redes de apoio, que possa auxiliar nesse momento tão difícil;
Partindo dessas redes de apoio, manter a vinculação com essa pessoa, sempre a motivando, sempre abrindo esse espaço de acolhimento para que o mesmo consiga se restabelecer;
Diante dos passos que falamos agora, eu gostaria de apresentar, os serviços ofertados, redes de apoio que podem auxiliar o indivíduo.
Os Centros de Atenção Psicosocial, (CAPS);
Postos e centros de atendimento;
Emergência Psiquiatrica;
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, (Samu), com o telefone 192;
As Unidades de Pronto Atendimento, (Upas);
Prontos Socorros;
Hospitais;
Gostaria de destacar também o Centro de Valorização da Vida, (CVV), que é um ambiente onde proporcionam uma linha de telefone com o número 188, que todos podem ligar a qualquer horário e vai ter pessoas que vão estar auxiliando as pessoas que mostram sinais de sofrimento, fazendo acolhimento.
Ouça a entrevista na íntegra;