Em 12 de março, o cenário mundial da Covid-19 apresentava 140 mil casos e 4 mil mortes no mundo. No Brasil, eram 77 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, sem mortes pela doença. E foi nesta data que o Paraná divulgou os primeiros seis casos confirmados de pacientes com o vírus.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, relata que o contexto mudou muito nesse período. “Em fevereiro e nos primeiros dias de março nossa visão era de que a doença estava se aproximando e começamos a nos preparar e nos organizar em relação à infraestrutura. Ajustamos todo o nosso planejamento do ano para atender possíveis pacientes infectados pela nova doença.”
Com o passar das semanas e meses, os casos e óbitos tomaram proporções imensas demandando tomada de decisões rápidas da gestão pública. O secretário de saúde avalia os 180 dias de rotina com a Covid-19 no território paranaense. “Embora não tenham faltado leitos ou insumos, nunca, de modo algum, podemos comemorar o que estamos passando. Mesmo quando comparamos com outros estados e percebemos que nossos números estão melhores ou que não identificamos a falta de leitos. Não podemos comemorar pelo fato de que muitos paranaenses morreram, muitos perderam seus pais, seus irmãos, seus companheiros ou seus filhos e há outros que estão em um leito de hospital agora lutando pela vida’, acrescenta Beto Preto.
O Governo do Paraná atuou tanto na organização e contratação de leitos e realização de exames RT-PCR, como na divulgação de orientações, normas, informativos, ativação do Centro de Operações em Emergências (COE), Plano de Contingência Covid-19.
O balanço de seis meses da pandemia no Paraná registra registra 151.293 casos confirmados, 104.110 pessoas recuperadas e 3.761 mortos em consequência da Covid-19 (dados do dia 12). De 399 cidades paranaenses, há ocorrência de casos em 398 municípios, apenas Laranjal, na região central do estado, não teve nenhuma confirmação. Em relação aos óbitos, há registros em 291 cidades, até sábado (12).
LEGADO – Durante todo esse período de enfrentamento ao novo coronavírus, o Paraná ativou quase a mesma quantidade de leitos de UTI que haviam sido criados durante os 30 anos anteriores. Foram disponibilizados mais de 1.100 leitos de UTI para pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19. Outros 1,5 mil leitos clínicos também estão recebendo exclusivamente pacientes que precisam de internamento com isolamento.
Três obras de hospitais foram aceleradas para abrir leitos exclusivos para pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19: Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava.
“Com a estratégia de abrir leitos nestas três unidades hospitalares e contratualizar leitos já existentes em hospitais em todo o Estado, não montamos hospitais de campanha. O custo que tivemos nesse período não chega a 50% do valor que nos oferecem os serviços destas unidades temporárias”, comentou o secretário da saúde.
EXAMES RT-PCR – O Laboratório Central do Estado (Lacen) ampliou a capacidade de processamento de exames, habilitou dezenas de laboratórios privados e públicos para a validação dos resultados para identificação do novo coronavírus e aprimorou o fluxo das amostras.
Desde abril, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz, é parceiro do Governo do Estado para a realização de diagnósticos.
Juntos, os dois laboratórios, Lacen e IBMP, colocam o Paraná em destaque frente a outros estados em relação a capacidade de processamento de mais de 5 mil exames por dia. Até o dia 12 de setembro, já haviam sido realizados 564.075 testes pelo método RT-PCR, indicado para detectar o vírus no organismo.
INSUMOS – Entre março e setembro a Sesa distribuiu para as unidades hospitalares mais de 11 milhões de unidades de equipamentos de proteção individual (EPIs). Foram enviados aventais, máscaras e óculos de proteção, embalagens com álcool, luvas, toucas, entre outros.
“Fizemos aquisições de insumos, como respiradores, que são equipamentos caros, e conseguimos a compra por valores de mercado, mesmo durante a pandemia. Isso foi uma vitória porque é um equipamento que pode salvar a vida do paciente Covid-19”, explicou o secretário.