A cultura Indígena e a busca pelo Ensino Superior

Cultura Destaque

Essa é uma história nova e, ao mesmo tempo, muito antiga. Nova porque começou a ser escrita, literalmente, depois da Constituição de 1988, depois do início das políticas públicas para a alfabetização dos povos indígenas e da promulgação da Lei n.º 11.645, que, em 2008, incluiu a temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no currículo das escolas. E antiga porque é milenar, remete a conhecimentos e tradições de muito antes de Cabral e foi passada oralmente de geração em geração. Uma dificuldade relatada em muitas aldeias de índios é a falta de boas escolas, o que deixa os indígenas em desvantagem com os demais estudantes.

Foi com base nisso que a estudante de mestrado em jornalismo pela Bournemouth University Juliana Nicolini, 24, realizou o projeto de conclusão do curso mostrando a realidade da cultura e educação nas aldeias indígenas do Paraná, intitulado “Educated Native and yet Traditional”

“Eu sempre dirigi ao redor da cidade e sempre vi muitos índios nas ruas, mas nunca soube de onde vinham e isso sempre me despertou uma certa curiosidade do porque estavam ali, até que um dia de conversas em casa, minha irmã comentou sobre eu elaborar um projeto contando a vida dos indígenas do Paraná, foi dai que surgiu o tema”, diz.

Para poder produzir o documentário, Nicolini conta que precisou entrar a fundo nesse assunto, mas seguiu uma linha diferente do que achou em pesquisas, foi atras da busca pelo ensino superior que muitos procuram. “Ao iniciar o projeto, percebi que aqui em Maringá não existe aldeia, existe a Assindi [Associação Indigenista de Maringá] que refere-se às ações necessárias para que esse público possa ter acesso aos direitos sociais e desenvolver sua autonomia e protagonismo, desde o período de adaptação na vida urbana e acadêmica até o término da graduação”, conta.

INÍCIO. A estudante do mestrado em jornalismo, Juliana Nicolini, dando os primeiros passos para o projeto. FOTO-ARQUIVO PESSOAL

Segundo a Associação Indigenista de Maringá, muitos vem para cidade estudar ou para viver de artesanato. Os que vão para a universidade, muitas vezes voltam para as aldeias, para poder ajudar. Diante desse contexto, a entidade oferece apoio e moradia aos estudantes durante o período de graduação, assim como aos seus familiares, conforme a disponibilidade de vagas nas cinco residências destinadas a esse público alvo. 

No Paraná, existem aproximadamente 17 aldeias de indígenas, sendo elas das tribos Kaingang, Xetás e Guaranis, segundo a entidade, por conta da pandemia, (Covid-19), eles estão isolados sem receber visitas por estarem no grupo de risco.

Juliana ainda ressalta que foi difícil finalizar o projeto, por ser um assunto muito extenso, precisava de muito foco e cuidado, para quem fosse assistir pudesse compreender. “Minha ideia era contar uma historia interativa, por ser hospedo em um site, gostaria que o telespectador pudesse escolher o que assistir, mas mesmo assim entender toda a história, independente de onde clicasse. Fiz vários esquemas e fui deixando levar, tive que editar vídeo por vídeo, mas valeu muito a pena”, relata.

Ficou interessado em ver esse projeto?? É só acessar o link, para poder conhecer mais e mais dessa cultura do nosso país.

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