A invasão da Ucrânia está no quinto dia após a ordem de Vladimir Putin. A comunidade internacional uniu-se durante o fim de semana, como nunca antes, e largou uma “bomba de sanções” sobre a economia russa.
Enquanto decorrem na Bielorrússia as conversações para tentar travar a invasão russa na Ucrânia, a ofensiva das forças fiéis a Vladmir Putin prossegue em diversas frentes e o ministro do Interior ucraniano fala em “dezenas de civis mortos e centenas feridos depois de um maciço bombardeamento com mísseis GRAD em Kharkiv“.
A informação está a ser avançada pelo jornal “Kyiv Post”, citando o jornalista Christo Grozev.
O Ministério da Defesa da Ucrânia partilhou o anúncio do Presidente Zelenskyy “da criação de uma nova unidade” batizada ‘Legião Internacional’ e o ministro adjunto Hanna Maliar garante já ter recebido “milhares de pedidos estrangeiros que pretendem juntar-se à resistência aos ocupantes russos e proteger a segurança mundial do regime de Putin”.
As conversações entre as delegações do governo da Ucrânia e do Kremlin estão a em curso.
O “Kyiv Post” publicou uma fotografia da mesa com ambas as delegações frente a frente.
De acordo com a agência bielorrussa BelTA, as conversações estão a decorrer no lado bielorrusso da fronteira, na região de Gomel, não muito longe da antiga central nuclear ucraniana de Chernobyl.
A delegação ucraniana é liderada pelo ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, e a russa pelo conselheiro do Kremli, Vladimir Medinski.
“Podem sentir-se inteiramente em segurança“, garantiu Vladimir Makei, o chefe da diplomacia bielorrussa, que recebeu ambas as delegações.
Lituânia reforça queixa ucraniana contra a Rússia no Tribunal Penal Internacional e pede a investigação de “crimes de guerra e crimes contra a Humanidade na Ucrânia.”
“Há novo material a chegar-nos todos os dias, mas já temos o suficiente para submeter o pedido“, afirmou a primeira-ministra Ingrida Simonyte, durante uma videoconferência do respetivo governo.
Grupo de piratas informáticos “Anonymous”, que decretou “guerra cibernética” à Rússia, está a pedir tradutores de ucraniano depois de ter tido alegadamente acesso a uma enorme quantidade de documentos da agência nuclear russa.
A agência de notícias estatal russa, a TASS, parece estar a ser vítima de ataques cibernéticos e está a dar mensagem de erro quando se tenta aceder a ambas as versões em que é difundida, russo e o inglês.
O clube de futebol alemão Schalke 04 anunciou ter rompido unilateralmente o contrato de patrocínio com a Gazprom, a companhia estatal russa de gás, e ainda um dos principais patronos, por exemplo, da UEFA e da Liga dos Campeões.
Volodymyr Zelenskyy reitera o pedido de a Ucrânia ser aceite na União Europeia. “Dirigimo-nos à UE, em relação à integração da Ucrânia sem mais demora através de um novo processo especial”, sugeriu o Presidente ucraniano numa recente mensagem de vídeo.
O deputado ucraniano Kira Rudik pegou em armas e juntou-se às tropas civis para ajudar no terreno a resistência contra a invasão das forças fiéis a Vladimir Putin.
A pressão aumenta sobre o Kremlin, que aceitou retirar as exigências iniciais para entrar em negociações com o Governo de Kiev, que rejeita ceder um centímetro do território.
O Kremlin recusou revelar “as posições” que vai defender na reunião com a delegação ucraniana. “As negociações devem decorrer em silêncio”, afirmou o porta-voz russo Dmitri Peskov.
O executivo liderado por Volodymyr Zelenskyy sublinha que o único objetivo desta reunião é acordar um cessar fogo e a retirada da Ucrânia das forças fiéis a Putin.
O Presidente ucraniano emitiu uma nova mensagem, esta destinada aos soldados russos, a quem apelou ao fim da lealdade a Vladimir Putin: “Deponham as armas, partam. Não acreditem nos vossos comandantes nem nos propagandistas. Salvem-se, simplesmente.”
O Presidente de França participa hoje numa videoconferência com os líderes dos Estados Unidos, do Canadá, da Alemanha, de Itália, do Japão, da Polónia e da Roménia, e com outros representantes da União Europeia e da NATO, para coordenar os passos seguintes dos aliados na respetiva defesa e no apoio possível à resistência ucraniana contra a invasão russa.
Emmanuel Macron recebe de seguida, no Eliseu, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Chefe da diplomacia da UE lidera reunião dos ministros da Defesa dos “27” para debater os últimos acontecimentos na Ucrânia, em relação ao “assalto no provocado por parte da Rússia.”
“Vamos discutir as necessidades urgentes e coordenar a nossa assistência, com a ajuda da câmara especial gerida pela equipa militar da UE”, afirmou Josep Borrell, pelas redes sociais.
Invasão russa em várias frentes
A ofensiva acalmou esta madrugada em Kiev, mas parece ter-se intensificado em Kharkiv e no sul da Ucrânia.
As Forças Armadas ucranianas estão a revelar vídeos do que garantem ser bombardeamentos das forças invasoras sobre zonas residenciais de Kharkiv.
Em Poltava, meio caminho entre Kiev e Kharkiv, a polícia ucraniana diz ter detido cerca de 40 suspeitos de serem espiões ao serviço de Putin.
Alguns dos detidos estariam na posse de marcadores e balizas para alegadamente corrigirem o fogo de artilharia das forças afetas ao Kremlin e outros elementos seriam responsáveis por recolher informações sobre alvos estratégicos potencialmente importantes.
Na cidade portuária de Mariupol, ponto estratégico terrestre entre a fronteira da Rússia e a península anexada da Crimeia, os bombardeamentos atingiram zonas residenciais e deixaram gravemente feridas inclusive crianças.
As imagens difundidas pelas agências internacionais mostram crianças a receber cuidados intensivos de reanimação após terem sido feridas em bombardeamentos sobre zonas residenciais de Mariupol.