Vitiligo; Diagnóstico tem sido aceito cada vez mais

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Falar abertamente de uma doença que deixa marcas indisfarçáveis no corpo ainda surpreende, mas tem sido uma postura casa vez mais comum. É o que muitas pessoas com o vitiligo estão fazendo, esquecendo o preconceito e não se escondendo. “Hoje eu me aceito muito mais, me acho mais bonita, mas como tudo na vida é um processo foi um difícil no começo”, diz Mara Cristina, diagnosticada aos dez anos.

Mara conta que na época em que descobriu o vitiligo, nunca havia se falado sobre a doença, era tudo novo e acharam até que poderia ser micose. “Fui diagnosticada aos dez anos, quando uma vizinha percebeu umas manchas em mim. Começou no coro cabeludo, indo ao pescoço. Nocomeço tratamos achando que era micose, ate que meu pai me levou em um dermatologista e descobriram que era vitiligo”, conta.

Segundo a médica dermatologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da AMerican Academy of Dermatoloy, SIneida Berbet de Maringá, investigadora principal do centro paranaense de estudos em dermatologia, coordenadoraAmbulatório dermatologia encontro Fraterno Lins de Vasconcellos, o vitiligo é uma doença genética, crônica e autoimune. “O vitiligo é uma doença genética, crônica, autoimune onde as células de defesa do corpo atacam as células que dão cor a pele, os melanócitos, que produzem melanina ( pigmento da pele ).É importante esclarecer que não é contagiosa”, explica

A médica ainda ressalta que o diagnóstico geralmente éclínico e um dos fatores que podem desencadear as lesões são estresse emocional, traumatismo físico, queimaduras solares entre outros.


“O diagnóstico geralmente é clínico, realizado por dermatologista. Em alguns casos se faz necessário uma biópsia cutânea para confirmação e diagnóstico diferencial com outras doenças de pele.As áreas mais frequentemente afetadas são joelhos, cotovelos, mãos, face e genitais. Podem surgir lesões também em áreas de traumatismo. Um dos fatores que podem desencadear o aparecimento das lesões em indivíduos geneticamente predispostos como stress emocional, traumatismo físico e queimaduras solares”, conta.


“Não pigmentava”

Para a médica especialista emnefrologista Raquel Guapo, o diagnóstico chegou rapidamente enquanto estava fazendo residência médica. “Eu percebi em 1994, quando fazia residênciamédica. As manchas iniciaram nos dedos das mãos e depois nas pernas e braços. Por eu ser muito branca, as pessoas nunca perceberam de imediato.. No começo não aceitava muito, mas hoje já faz parte de mim”,diz..

Além dos tratamentos para combater a doença, o preconceito entra para a lista como uma das lutas diárias. Esse tipo de comportamento fez com que Mara se sentisse muito mal e evitasse lugares em que as pessoas pudessem encará-la. “Eu sofri muito preconceito, vários. Até hoje as pessoas não conhecem direito e acham que é contagioso e não conseguem entender direito. A partir do momento que as manchas ficaram maiores, o preconceito aumentou também”, conta.

Mesmo com as adversidades, com o tempo, Mara percebeu que não precisava ser assim. “Não sou indiferente ao vitiligo, mas aprendi a conviver. Agora, não me privo de fazer coisas que quero muito só para evitar o constrangimento de algumas pessoas que ficam curiosas com a minha pele”, diz.

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