Todo grande sonho começa com uma faísca. Para muitos jovens, o desejo de se tornar jogador de futebol nasce nas peladas de bairro, nos campos de terra batida e nas arquibancadas lotadas de emoção. Foi assim que Marcelo Silva, o popular “Nanais”, começou a moldar a própria trajetória, movido pela paixão e pela vontade de ir além das fronteiras do município de Santa Isabel do Ivaí, no Paraná.
Aos 15 anos, em 1993, ele deu os primeiros passos no futebol profissional pelo Grêmio de Maringá. Era o início de uma jornada que cruzaria continentes, venceria barreiras e transformaria sonhos em realidade.
“Ainda no meu primeiro ano como jogador, consegui chamar a atenção e fui emprestado ao Novohorizontino (SP). Lá, disputei os campeonatos Paulista Juvenil e de Juniores, e tive a felicidade de me destacar”, relembra Marcelo Silva. “Esse desempenho abriu portas e, em 1994, fui contratado pelo Shibuya Makuhari, um clube-escola no Japão. Foram três anos intensos, onde não apenas aperfeiçoei minhas habilidades técnicas, mas também precisei me adaptar a uma nova cultura e estilo de jogo. Foi um período de muito amadurecimento, tanto pessoal quanto profissional”, explica ao Portal do Extremo Noroeste.
A trajetória de Marcelo Silva
No Japão, Marcelo viveu um marco em 1997 ao integrar o elenco do Yokohama Flugels, onde jogou ao lado de grandes nomes do futebol brasileiro, como Zinho, César Sampaio, Valber e Evair. Esses anos foram enriquecedores, mas também desafiadores, com a saudade de casa e a distância da família pesando sobre os ombros do jovem atleta.
No entanto, retorno ao Brasil veio em 1998, quando vestiu a camisa de equipes como Corinthians Alagoano, Francana (SP) e Jabaquara (SP). Porém, o destino logo o conduziu a uma nova aventura: a Finlândia.
“Na Europa, construí uma carreira sólida por 12 anos, defendi grandes clubes como FC Popa, FC Forssa, FC EIF, FC Hanko, FC LoPa e FC Palloirot. Foi em solo finlandês que dei início à transição para a carreira de treinador, concluindo um curso da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) e comandando o FC Hanko por um ano e meio.
Vivência
Ao longo da vida, Marcelo viveu em três países – Japão, Finlândia e Inglaterra – e visitou mais de 25 nações, levando sempre o nome de Santa Isabel do Ivaí. Entre as maiores realizações, destaca a conquista de proporcionar uma casa para os pais e as experiências que moldaram sua visão de mundo. “Conhecimento é algo que dinheiro nenhum compra”, reflete.
Nem tudo, porém, foi fácil. A distância da família trouxe momentos de solidão e tristeza, que ele encara como fundamentais para seu crescimento. “Poderia ter focado mais no futebol, mas não me arrependo. Tenho orgulho de onde vim e dos amigos que fiz na Vila Operária, a Vila do Sapo”, diz com emoção.
Hoje, Marcelo celebra também os frutos de sua vida pessoal: a filha Giovanna, nascida em Santos (SP), e Andreas, filho do relacionamento com uma russa na Finlândia.