O coração é um território vasto, com espaços para amores, paixões e dores. É um órgão que pulsa, às vezes em harmonia, outras vezes em descompasso. Mas o que acontece quando ele se torna um local insustentável para certas emoções?
Houve um tempo em que meu coração abrigava o amor por ti. Era um sentimento fervoroso, que aquecia os dias mais frios e iluminava os cantos mais escuros da minha alma. Te amar era como respirar, uma atividade vital e inquestionável. Porém, o tempo passou e a vida nos trouxe desafios que não estávamos preparados para enfrentar.
Não foi uma decisão fácil, mas como em qualquer empresa que busca sua sobrevivência, tive que fazer cortes. E você, meu caro, tornou-se um gasto supérfluo no orçamento emocional do meu coração. Não é por falta de apreço ou reconhecimento dos momentos felizes que compartilhamos, mas sim por uma questão de sobrevivência.
O amor, por vezes, se transforma em um fardo pesado demais para carregar. Ele se torna uma âncora que nos impede de seguir em frente, de buscar novos horizontes. E é com esse peso no peito que tomo a difícil decisão de te demitir do meu coração.
Não pense que é fácil despedir-se de algo que um dia foi tão essencial. É como encerrar um capítulo importante de uma história que eu achava que duraria para sempre. Mas a vida nos ensina que nem tudo é para sempre, e que às vezes é preciso abrir mão de certas coisas para poder seguir em frente.
Saiba que eu te achei incrível desde o começo, você despertou emoções que eu já mais havia sentido. Sendo assim, com poucas palavras, mas por uma questão de sobrevivência, estou te demitindo do meu coração.