Projeto Escala Cultural traz o grupo de teatro Contadores de Mentira à Maringá

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O projeto Escala Cultural traz para Maringá nos próximos dias o grupo Contadores de Mentira, de Suzano, em São Paulo, para um combo de ações gratuitas que incluem uma oficina, espetáculo e demonstração técnica de trabalho aberta ao público. 

Dando início à programação do grupo em Maringá, no domingo (27) acontece a oficina Corpo Quebrado – Teatro de Rito, orientada por Cleiton Pereira. Na segunda-feira (28) Daniele Santana apresenta o solo Cícera às 20h no Teatro Barracão. E, na terça-feira (29), o grupo, completado por Samuel Vital e Kaiqui Calisto, fazem uma demonstração de trabalho, o Pensar com os pés, para os estudantes de Artes Cênicas da UEM.

O espetáculo “Cícera” é uma obra que apresenta a história de uma mulher nordestina, uma retirante que saiu de Alagoas para São Paulo em busca de igualdade social. 

Na mala, um punhado de farinha, quatro filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo, encontra dureza, concreto, fome e saudade. A obra propõe um olhar sobre o analfabetismo, a exploração, a fome, o desemprego, e a desigualdade, realidade de boa parte das mulheres e homens que migram do nordeste do país para as grandes capitais do Sudeste. 

No solo, Daniele Santana é dirigida por Cleiton Pereira e recentemente foi apresentado na Espanha e no Itaú Cultural, de São Paulo, além de ter passado por Londrina no projeto internacional Ciclos. 

O grupo Contadores de Mentira surgiu em 1995 na cidade de Suzano, região do Alto Tietê, onde desde 2012 mantém também uma sede física. Desde então, produz obras teatrais, festivais, encontros e formação. 

Embasam seu trabalho nos estudos da Antropologia Teatral, firmando suas pesquisas em três eixos: metáfora, rito e celebração. Buscam nos povos e suas manifestações populares alimento para as criações. Celebram a relação entre público, artistas, obras, instante.

Os Contadores de mentira são ligados a redes nacionais e internacionais, já tendo percorrido o país e passado por diversos lugares da América Latina, como Paraguai, Peru, México, Argentina, Equador e Cuba. 

OFICINA — Na oficina, o diretor do grupo, Cleiton Pereira, ensinará sobre a exploração física e construção de corporeidades cênicas. Serão ministrados exercícios e técnicas que o grupo utiliza em sua pesquisa de Teatro de Rito, criando uma abordagem para a criação autoral partindo de princípios técnicos como controle das energias, fluxo, partituras físicas e mais. Ao todo, são 20 vagas e as inscrições podem ser feitas através deste link.

ESCALA CULTURAL — Realizado pela 2 Coelhos Comunicação e Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e o patrocínio de diversas empresas, o Escala Cultural busca selecionar espetáculos teatrais de grupos que estejam participando de festivais e mostras ou realizando apresentações isoladas por meio de editais, fazendo com que eles deem uma “paradinha” em Maringá, inserindo o município em seus roteiros. 

O Escala teve início em 2018, contou com uma edição online em 2021 e em abril deste ano retomou o formato presencial, trazendo espetáculos entre abril e julho deste ano. 

Passaram por aqui os grupos Magiluth (Recife / PE), Cia Cênica (São José do Rio Preto / SP), Projeto Gompa (Porto Alegre / RS) e Lume Teatro (Campinas / SP). As ações de agora são a contrapartida social do projeto, destinadas prioritariamente a estudantes da rede pública de ensino. Todas as atividades são gratuitas.

O espetáculo “Cícera” é uma obra que apresenta a história de uma mulher nordestina que saiu de Alagoas para São Paulo em busca de igualdade social. – Foto: Divulgação

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