Escala Cultural traz grupo pernambucano de teatro 

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Na próxima quarta-feira (6) recomeça em Maringá o projeto “Escala Cultural”, realizado pela 2 Coelhos Comunicação e Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e o patrocínio de diversas empresas. O espetáculo que será apresentado vem do Festival de Teatro Curitiba e traz pela primeira vez à cidade o Grupo Magiluth, de Recife / PE. A sessão única de “Estudo nº 1: Morte e Vida” é às 20h no Teatro Barracão, com entrada gratuita e interpretação em Libras – Língua Brasileira de Sinais. 

“Desta vez conseguimos atingir a essência do projeto, que é trazer um grupo em circulação, fazendo conexão com uma cidade que não é, necessariamente, a de origem do grupo”, explica a produtora cultural e coordenadora do projeto, Rachel Coelho, que traz o grupo recifense diretamente de Curitiba, onde se apresentam na mostra oficial do tradicional festival de teatro. 

Como o próprio nome sugere, o Escala busca selecionar espetáculos teatrais de grupos que estejam participando de festivais e mostras ou realizando apresentações isoladas por meio de editais, fazendo com que eles deem uma “paradinha” por aqui, inserindo o município em seus roteiros. Nesta edição, a curadoria é assinada por Rachel e também pelo jornalista e crítico teatral Valmir Santos, de São Paulo. 

Santos é doutorando em teoria e prática do teatro pela Universidade de São Paulo, editor e fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, que existe desde 2010 e já colaborou em outras curadorias de mostras de teatro em Maringá. Ele considera que as ações do projeto Escala Cultural chegam em boa hora para a cidade e correspondem ao espírito de nossa época.

“O pensamento e a prática da curadoria compartilhado com Rachel Coelho levou em conta os tempos de exceção, quando artistas e públicos reatam as trocas presenciais a essa altura da linha de tempo da pandemia. São obras atravessadas pelo período de transição e que reafirmam a vida e o seu mistério, bem como os desígnios de cada cidadã e cidadão por uma sociedade mais justa e democrática, à maneira da tarefa de Sísifo”, afirma, referindo-se ao mito grego do personagem condenado a repetir eternamente o esforço de empurrar uma pedra até o topo de uma montanha, e a mesma rolar por meio de uma força irresistível, num movimento contínuo.

O Escala teve início em 2018, contou com uma edição online em 2021 e agora recomeça no formato presencial. Esse é o 15º espetáculo trazido para a cidade por meio desta iniciativa, que sempre priorizou grupos de referência, como o renomado Grupo Galpão, o Lume Teatro e a Cia do Tijolo, entre outros. O Magiluth, por exemplo, existe desde 2004 e já foi apontado pela crítica e pela imprensa como um dos mais relevantes do país, com 10 espetáculos montados e participação nos mais importantes festivais do Brasil.

O espetáculo parte do poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e propõe um estudo cênico sobre a trajetória de imigrantes que deixam o sertão nordestino e seguem o caminho do rio em busca de melhores condições de vida e trabalho. O olhar híbrido e inquieto do coletivo pernambucano se volta, neste espetáculo, para os movimentos migratórios gerados por adversidades climáticas, políticas e sociais.

Serviço 

Estudo nº 1: Morte e Vida – do Grupo Magiluth (Recife / PE) 

Dia 6 de abril de 2022 (quarta-feira) às 20h  

Teatro Barracão – Entrada gratuita  

Acessível em Libras / Classificação: 16 anos 

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