O protocolo para a Irlanda do Norte assinado como parte do acordo do Brexit está em risco, depois da decisão tomada unilateralmente pelo ministro da agricultura norte-irlandês Edwin Poots, de acabar com os controlos alfandegários no mar da Irlanda.
Estes controlos, fixados pelo acordo, implicam ao mesmo tempo a imposição de uma fronteira entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, sendo que ambos os territórios fazem parte do Reino Unido, e que continue a não haver uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, parte da União Europeia, mantendo o que tinha sido fixado pelos acordos de sexta-feira santa em 1998.
Poots é membro do partido unionista DUP e sempre se mostrou contra esta parte do acordo do Brexit, já que impõe uma separação entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido. Decidiu agora impor esta medida aproveitando um vazio legal e alegando que são os membros do Sinn Féin, o partido dos católicos da Irlanda do Norte e antigo braço político do IRA, que estão a bloquear uma mudança neste protocolo por parte do governo da Irlanda do Norte. Esta decisão põe o executivo de Belfast em rota de colisão com a Comissão Europeia, que ainda não se pronunciou.