Para o descarte de bitucas pesquisadores da UEM desenvolvem solução sustentável

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Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveram uma solução inovadora e sustentável para o descarte de bitucas de cigarro. O projeto utiliza o processo de hidrocarbonização para transformar as bitucas em hidrocarvões, substância que pode ser utilizada em sistemas de purificação de água.

O trabalho, que tem sua patente depositada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), é fruto de uma pesquisa de Iniciação Cientifica realizada pelo aluno de Licenciatura em Química, Rogerio dos Santos Maniezzo, e coordenada pelo professor do Departamento de Química (DQI) da UEM, Andrelson Wellington Rinaldi. A iniciativa foi premiada, em 2019, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química.

A maioria das pontas de cigarro contém um filtro feito de acetato de celulose, material de plástico que pode levar 10 anos para se decompor. Grande parte das bitucas é descartada em aterros sanitários, fundos de vale, calçadas, gramados, lagoas, rios e oceanos. Quando se desintegram, formam microplásticos que são consumidos pelos animais que vivem no mar.

O professor Rinaldi destaca a importância do estudo e explica o processo do estudo. “São vários os benefícios. Um deles é a destinação correta para as bitucas, que ainda não possuem uma política de descarte específica. Outro ponto importante é a utilização dos hidrocarvões na adsorção de rejeitos industriais, auxiliando em questões ambientais”, afirma. A adsorção consiste em um processo físico-químico em que as moléculas ficam retidas na superfície de uma substância, em geral, substâncias sólidas.

Os hidrocarvões, gerados após um processo de cozimento semelhante ao de uma panela de pressão, cumprem com a função de absorvente em sistemas de purificação de águas e tratamento de efluentes. O material retém em seus poros diferentes tipos de impurezas.

Ao longo do estudo, os pesquisadores testaram diferentes tempos de cozimento e temperaturas com o intuito de otimizar a transformação do material. Rinaldi destaca que o processo químico é uma alternativa economicamente viável para os setores público e privado.

“Será criada uma nova cadeia produtiva de hidrocarvões, utilizando substâncias de difícil decomposição como matéria prima. O processo não é complexo e pode gerar diferentes frentes de trabalho, desde a coleta de pontos como ‘bitucários’ até a fabricação dos carvões”, completa.

O pesquisador também ressalta que o descarte inteligente é uma fonte de trabalho e renda. “O desenvolvimento do projeto pode aumentar a geração de empregos e promover uma melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e da população”, arremata.

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