Com toda adrenalina e emoção a Wings for Life World Run é um evento mundial que ocorre todo ano para apoiar as pesquisas sobre a medula espinhal, cura de lesão medular e incentivar as pessoas a praticarem mais exercícios físicos. Foi pensando nisso que fez com que o competidor Sandro Cabral mudasse o comportamento e incentivasse os filhos.
A prova, Wings for Life Run ocorre simultaneamente em diversas cidades de mundo todo, esse ano ela será virtual e assim qualquer um pode correr em qualquer parte do planeta que ele esteja. Ela é uma competição que podemos chamar de contra-relógio, pois é dada a largada e 30 minutos depois o Catcher Car (tipo um carro madrinha) começa a te perseguir. O carro começa a seguir o competidor em uma velocidade bem baixa e a cada 5 km vai aumentando gradativamente. No momento que o carro alcança o atleta, a prova é finalizada para ele.
A equipe do Portal Novos Olhares conversou com o atleta maringaense e ele conta como a carreira no esporte começou e como foi durante a corrida
Eu queria que você me contasse um pouco da sua história/Como surgiu o interesse pelo esporte
Então, em 2001 com 30 e poucos anos eu era um cara muito sedentário, até então não praticado nenhum esporte. Meus filhos estavam pequenos e senti necessidade de fazer alguma coisa para mudar essa situação (estava bem acima do peso). Comecei a fazer academia e percebi que eu ficava mais tempo na esteira que nos aparelhos de musculação. Até que um belo dia um pessoa falou que se sentia um Ramister correndo na esteira, pensei naquela frase e passei a correr no Parque do Ingá, no início muita dificuldade de fazer uma volta só correndo, aos poucos fui evoluindo e depois já conseguia dar duas voltas correndo sem parar (devagar mais sem parar).
Em 2005 para incentivar meus filhos, me matriculei com eles na Natação (academia estação). Logo no começo do ano a academia estava incentivaram todos os alunos a participar da Prova Rústica Tiradentes (inscrição gratuita) e eles dariam os treinos de corrida. Me convidaram e resolvi participar, foi muito bacana porque montaram um grupo grande e aquela vibe toda da Tiradentes (que já era um sonho participar) mexeu muito comigo. Mas em 2005 a corrida não decolou e no ano seguinte resolvi mesmo sozinho participar novamente da Tiradentes. Treinei mais, eu queria fazer um tempo melhor do que a anterior, mas sem orientação não consegui. Foi a partir daí que a corrida entrou na minha vida de fato, conheci o pessoal da Acorremar (Associação dos Corredores de Rua de Maringá) e não parei mais de correr, já se vão 15 anos praticando esse esporte que até perdi a conta de quantas provas eu participei (de 10km e 21km) e, já concluí 10 maratonas (42 km).
há quanto tempo você participa?
Comecei de fato em 2006 e esse ano completo 15 anos praticando a corrida. Tive várias lesões nestes anos, mas nunca fiquei um ano sem correr.
Como é o seu treinamento?
Hoje faço parte do Clube Ingá de Corrida de Rua, nosso treinamento é ministrado pelo Professor José Eraldo de Lima, campeão da Wings For Life em 2018 no Rio de Janeiro, ele também é Campeão e recordista da Uphill (Maratona da Serra do Rio do Rastro), entre muitas outras. Nosso treino é passado em uma planilha individualizada e semanal, onde temos na segunda/quinta os treinos com foco nos fundamentos de ritmo (intervalados, Fartlek) visando velocidade, em todos os treinos temos as técnicas de corrida, aos domingos temos mais um treino presencial que tem o foco à resistência (chamados de Longão), nos demais dias seguimos a planilha onde temos treinos mais leves e ou descanso. Sou atleta amador, mas tenho o foco na competição, sempre buscando melhorar minhas marcas e isso me mantem motivado a continuar, tenho o privilégio de ter um bom profissional me orientando.
Alguma vez você já pensou em desistir?
Não, já tive lesão seria que me desanimou muito, me deixou com aquela interrogação, será que vou conseguir correr bem de novo? Mas busquei ajuda de bons profissionais que me reabilitaram e não penso em parar não (risos).
Qual é a sua função no momento?
Sou profissional na área de sistemas e aos finais de semana sou fotógrafo do site eucorro.com.
Quantas vezes já participou?
Da Wings For Life essa será a minha primeira participação, tive vontade de participar da edição que aconteceu em Brasília mas na data tinha um outro compromisso e não pude participar.
Em algumas dessas provas já aconteceu alguma coisa próxima que achou que não daria certo durante a prova?
A minha primeira meia maratona (21km) foi em Toledo, viajamos para lá no sábado porque a prova era no domingo bem cedo. A tarde saímos para tomar um lanche e um cara maluco/bêbado com um caminhão (cavalo) bateu no meu carro. Ficamos até tarde para fazer o BO, não me alimentei direito, dormi mal e no dia seguinte foi um fiasco. Corri mal, quebrei durante a prova e tive que caminhar. Durante a prova eu só pensava que nunca mais iria correr uma meia maratona, nunca mais voltaria correr em Toledo… hahaha no ano seguinte lá estava eu, só lá foram 6 anos participando da Meia Maratona de Toledo.
Nesse novo jeito de viver com a pandemia?
Então, a pandemia é um calamidade sem precedentes em todas as áreas né, não seria diferente com a corrida. Está muito difícil para treinar, restrições de locais, no treinamento em grupo que é fundamental e o difícil uso da máscara (correndo em velocidade). Além de não termos mais os eventos (setor mais prejudicado na pandemia), são os eventos (as provas) que nos motivam a treinar e evoluir na corrida. Mas em meio a tudo isso é a corrida que nos “salva”, enquanto a gente vê pessoas adoecendo (físico ou mental), a corrida nos mantem ativos, na corrida tudo que tem de ruim sai com o suor. Agora na pandemia a gente vai se reinventando também, eu mesmo dei muita ênfase aos treinos rurais (Sozinho nas estradas de terra, ar puro e belas paisagens).
Como foi o formato da prova?
A Wings For Life é uma prova global que acontece simultaneamente em diversas cidades de mundo todo, esse ano ela será virtual e assim qualquer um pode correr em qualquer parte do planeta que ele esteja. Ela é uma prova que podemos chamar de contra-relógio, pois é dada a largada e 30 minutos depois o Catcher Car (tipo um carro madrinha) começa a te perseguir. O carro começa a uma velocidade bem baixa e a cada 5 km ele vai aumentando a velocidade, no momento que ele te alcança a tua prova é finalizada (seria a tua linha de chegada). Então, temos quanto mais rápido você for, mas quilômetros irá percorrer até o carro te alcançar (Só para uma ideia, o José Eraldo foi campeão correndo mais de 63 km no Rio de Janeiro, deu trabalho para o carro alcançar ele (risos) ).
Esse ano tudo isso será feito através de um aplicativo no celular (o Catcher Car será virtual). O Aplicativo tem um narrador que vai avisando a tua quilometragem percorrida, te incentivando e na hora que o carro te alcança é um buzinaço só (tudo no teu celular). O aplicativo encerra a tua prova e registra a tua participação (quanto tempo e quantos quilômetros percorridos).
O importante dessa prova é que a gente vai correr, se divertir e 100% do valor que nós pagamos na inscrição, a organização da prova irá doar para as pesquisas da cura da medula espinhal. Mais um incentivo para quem participa, saber que estará contribuindo para uma grande causa (Mais do que nunca estávamos vendo com é importante o investimento em pesquisas). No nosso grupo, são mais de 100 atletas inscritos que irão corre em Maringá e em varias outras cidades que o Clube atende.
Para terminar, gostaria que você relatasse como foi a prova no domingo,09?
Então, foi muito bacana mesmo ..como tínhamos mais de 100 inscritos aqui correndo em Maringá um pouco menos, ficou parecendo prova normal …. corremos na Racanello e em voltas mais ou menos de 7 km … Como cada um tem um ritmo diferente não deu aglomeração mas ao mesmo tempo a gente via os colegas na frente ou vindo mais atrás.
Eu consegui percorrer quase 26km quando o carro me alcançou, mas teve outros lá que chegaram a fazer perto dos 42k de uma maratona
O Jose Eraldo [professor], foi para Curitiba e lá ele conseguiu a marca de 64 km.
