Alexei Navalny fica em prisão preventiva durante, pelo menos até 15 de fevereiro. Uma decisão tomada por um tribunal russo e anunciada pelo seu advogado.
Foi em Berlim que o líder da oposição russa anunciou o regresso ao seu país natal. Afirmava-se inocente pelo que que não havia motivo para a detenção.
Mas as autoridades russas acusam-no de violar os termos de uma pena de prisão suspensa a que tinha sido condenado em 2014.
Tinha sido condenado, nesse ano, ele o seu irmão Oleg, a três anos de prisão por desvio de fundos, 30 milhões de rublos, cerca de 400 mil euros, de duas empresas, uma delas filial da francesa Yves Rocher.
Navalny, e já depois de ser preso e de saber que não sairia, afirmou ter visto, na justiça russa, uma “série de disparates. Parece que o avô que está no bunker”, falando de Vladimir Putin, “tem tanto medo de tudo que rasgaram e deitaram fora, simplesmente, o Código de Processo Penal. O que está a acontecer aqui é, simplesmente, impossível de acontecer”.
O opositor russo regressou ao seu país vindo da Alemanha onde esteve a recuperar, durante seis meses, de um envenenamento. Diz a Organização para a Proibição de Armas químicas que foi usado um químico do mesmo tipo que o letal Novichok, usado apenas pelos russos.
A euronews acompanhou a viagem, mas o político não chegou a passar o controlo de fronteiras de um aeroporto moscovita, foi aí detido.
Uma analista político, Andrei Kolesnikov, explica que o objetivo é enviar uma mensagem: “Não balance o barco, não se mexa, fique quieto, e está tudo sob controlo, se protestar ou fizer greve, prendemo-lo.” Com estas ações transformam-no num político ao nível de um académico Andrei Sakharov”, afirmou o perito.
À sua espera, no aeroporto, estava um grupo de apoiantes, dezenas deles acabaram detidos. Vários voos foram desviados para outro aeroporto.
Nato, UE, EUA, Alemanha, Reino Unido e Portugal, estão entre os que pedem a libertação imediata de Alexei Navalny o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considera inaceitável a sua detenção.
Já Navalny apela agora às massas para que protestem, afirmando que é isso que temem as autoridades russas e, em particular o chefe de Estado.
“Não tenham medo, saiam para nas ruas, não o façam por mim, mas por você e pelo vosso futuro”, pediu Navalny nas redes sociais.