IDR-Paraná usa a internet para capacitação em agricultura orgânica

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O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) iniciou um trabalho inédito de capacitação para a prática de agricultura orgânica. Com o uso da internet, foram capacitados, de forma conjunta, 50 extensionistas do Instituto e 79 produtores.

A ação está baseada em experiência de projeto desenvolvido na região de Cornélio Procópio, há mais de 20 anos, levando assistência técnica para a produção de olerícolas no sistema orgânico e organizando essas mesmas famílias para que tenham garantia de acesso ao mercado, com a venda de todos os alimentos que colhem.

Segundo o coordenador estadual do projeto Agroecologia do IDR-Paraná, agrônomo André Luis Alves Miguel, a iniciativa do Instituto surge como resposta a uma demanda da sociedade, que cobra uma oferta maior de alimentos produzidos no sistema orgânico. Além disso, responde ao compromisso do Governo do Estado de, a partir de 2030, elaborar toda a merenda servida aos alunos das escolas estaduais apenas alimentos orgânicos.

“E a escolha da experiência do trabalho da região de Cornélio Procópio, para servir como referência para essa formação de novos técnicos e produtores em agricultura orgânica, tem pelo menos dois motivos importantes”, explica André Luis Miguel.  “Um deles é o fato da colega Ernestina Muraoka, que coordena toda esta ação, já ter desenvolvido um protocolo para produção de olerícolas orgânicas, especialmente para o tomateiro. Em segundo lugar, porque esse modelo de produção, colocado em prática por famílias da região, tem um grau de eficiência comprovado, não perdendo em nada, em termos de eficiência produtiva e de qualidade para o sistema convencional”.

TREINO E VISITA – Todos os extensionistas responsáveis pelo repasse do conteúdo usado para a formação dos técnicos e agricultores são da região de Cornélio Procópio. André explica também que essa capacitação está sendo feita através da metodologia Treino & Visita. “A cada 15 dias, a gente realiza uma webconferência com os técnicos e produtores capacitados”, conta.

Foram formados cinco grupos, em todo o Estado. Os participantes recebem uma orientação através da webconferência e têm duas semanas para colocar em prática.   E fazem isso com o acompanhamento e apoio do técnico do IDR-Paraná que também está recebendo essa formação. “É isso: a gente faz uma reunião a cada quinze dias e aquilo que foi tratado nesse evento o produtor coloca em prática na sua propriedade e o extensionista verifica se está tudo sendo feito conforme orientado”.

Os agricultores selecionados para participar do trabalho não têem nenhuma experiência em agricultura orgânica. André explica que este foi um dos critérios usados na escolha dos produtores participantes. “A gente quer mostrar que é possível pegar um agricultor que não tem experiência alguma em produção orgânica e fazer esse mesmo produtor cultivar uma das hortaliças mais difíceis e melindrosas de cultivar, que é o tomate”.  

Todos os produtores que participam do projeto estão exercitando os princípios da agricultura orgânica com a cultura do tomateiro, em sistema protegido, com estufas, ou em campo aberto.

“Iniciando a experiência na produção orgânica com uma planta mais exigente em cuidados, temos a certeza, também, que, na sequência, tanto produtores quanto técnicos devem se sentir mais seguros para trabalhar com outras olerícolas que apresentam maior rusticidade, são menos suscetíveis ao ataque de doenças e pragas”, conclui o extensionista.

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