Para intensificar o combate ao tráfico de drogas em Curitiba e região, as polícias Científica e Militar do Paraná uniram forças e conhecimento para aprimorar a habilidade dos cães de faro do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O novo treinamento tem como objetivo principal preparar mais de 30 cães policiais para encontrar, com precisão, novas drogas sintéticas que estão em circulação.
Rayka, Pancho, Dekker, Jason e Drako são os cinco primeiros cães de faro da Companhia de Operações com Cães (COC) que começaram a ser estimulados a encontrarem drogas e entorpecentes em diversos tipos de locais e situações. Já no primeiro treinamento dos cães policiais com as novas substâncias, a aprovação deles foi de 100%: aos comandos de seus condutores – que são policias militares -, eles indicaram, de primeira, onde as drogas estavam escondidas.
Além do contato com novas substâncias que recentemente entraram em circulação, os cães farejadores também são treinados para encontrar as principais drogas (cocaína, maconha e crack) de um jeito diferente do que já estão acostumados: os materiais da nova aptidão já foram periciados e identificados pela Polícia Científica, o que aumentará o grau de precisão do faro dos animais. Isso porque as drogas diretamente de apreensões, como as que os cães treinavam antes, podem estar contaminadas com outros cheiros, o que os confunde.
“Os cães do Bope já trabalham com drogas ilícitas como a cocaína, crack e maconha. Mas sabemos que há muitas novas drogas ilícitas em circulação, as sintéticas. É exatamente esse tipo que é o objetivo desse treinamento”, explica a perita criminal e gerente de laboratórios forenses da Polícia Científica do Paraná, Mariana Ulysséa de Quadros. “São drogas já periciadas, ou seja, que sabemos a sua composição química e já foram emitidos os laudos, inclusive. Então, os cachorros estão sendo treinados, exatamente, com substâncias que precisam encontrar quando estiverem em operação”, diz Mariana.
A importância da parceria entre as polícias é destacada pelo capitão Gustavo Dalledone Zancan, que comandou a Companhia de Operações com Cães. “O Bope estar em parceria com a Polícia Científica é muito bom porque assim temos a garantia, a certificação dos técnicos e químicos do laboratório de que aquela substancia é efetivamente uma droga e de que ela possui os insumos, as características e a matéria prima pela qual ela foi produzida. Temos a certeza de que estamos trabalhando com um material testado laboratorialmente”, diz ele.
“Para questões de detecção de cães isso é muito importante porque não estamos baseados em uma droga que pode estar contaminada. Isso traz tranquilidade de que oferecemos um treinamento adequado, que vai refletir efetivamente na eficiência maior dos animais na aplicação operacional”, afirma.