Produtores rurais do Paraná têm até esta sexta-feira (2) para se inscrever no 18º Concurso Café Qualidade Paraná. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas nas unidades regionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná).
Organizado pela Câmara Setorial do Café do Paraná e pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o concurso é uma estratégia para valorizar e fortalecer a produção de cafés especiais.
Os interessados podem se inscrever em duas categorias: Café Natural (via seca) e Café Cereja Descascado ou Despolpado (via úmida). Os lotes serão avaliados por uma comissão julgadora, constituída pela Comissão Organizadora Estadual e composta por classificadores e degustadores de reconhecida competência no âmbito estadual e nacional.
O julgamento será no Centro de Pesquisa em Qualidade do Café do IDR-Paraná em Londrina. Todos os detalhes do regulamento estão disponíveis no site www.cafequalidadeparana.com.br
O cronograma final do concurso também já foi elaborado pela comissão organizadora. Entre os dias 5 e 9 de outubro, acontece a coleta de amostras dos lotes inscritos; de 13 a 23 de outubro, a classificação física e preparo das amostras para o júri; e de 26 a 30 de outubro o júri sensorial (prova de xícara) das amostras classificadas. Por fim, a divulgação e premiação dos vencedores está prevista para o dia 19 de novembro, em uma cerimônia online especial. “A pandemia exigiu que adaptássemos os procedimentos de avaliação e seleção, mas vamos garantir a segurança dos participantes e o incentivo aos produtores com um novo protocolo de trabalho”, explica o economista do Deral e responsável pela Comissão Organizadora Estadual, Paulo Franzini.
Ele ressalta que, ao longo dos anos, o concurso tem sido responsável por diversos resultados positivos para a cafeicultura paranaense. Entre as conquistas, estão a difusão de tecnologia desenvolvida pela pesquisa; incentivo para adoção das boas práticas de produção e de preparo de cafés especiais; capacitação de produtores e técnicos dos setores públicos e privados e agregação de valor ao produto final.
Além disso, essa iniciativa tem colaborado para a melhoria na gestão das propriedades e da produção sustentável, para aproximar os produtores dos compradores/cafeterias, e como comprovação da diversidade de sabores e aromas. “O concurso é uma ferramenta de marketing que ajuda a legitimar a qualidade do café paranaense. Assim promovemos as diferentes regiões produtoras e valorizamos o trabalho do cafeicultor, premiando a qualidade na xícara”, diz o economista.
HISTÓRIA – A realização do concurso é uma etapa que vem de uma longa história de trabalho pela valorização do café do Estado. Nos anos 90, o Paraná lançou um modelo de produção popularmente chamado de Modelo Café Adensado, desenvolvido pelo Iapar (hoje Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR-Paraná). Entre outros, o objetivo principal era proporcionar o aumento da produtividade média das lavouras, proporcionando melhor renda com a diversificação das atividades dentro das propriedades.
Em 2000, foi criada uma campanha para melhoria da qualidade do café paranaense denominada Café Qualidade Paraná. “O objetivo era o aumento do volume de produção de cafés de melhor qualidade, e reverter a imagem negativa que o Paraná tinha de só produzir cafés de baixa qualidade, fama herdada durante o auge da produção nos anos 60”, conta Franzini. Uma das ações da campanha foi incentivar a produção de cafés especiais através de concursos de qualidade nas diferentes regiões. E assim surgiu a primeira edição do Concurso Café Qualidade Paraná.
PRODUÇÃO – Segundo o Deral, a produção de café nesta safra está estimada em 943 mil sacas, volume semelhante ao produzido na safra anterior. A colheita foi encerrada no início de setembro, e devido às chuvas abaixo da média nas principais regiões produtoras, o atual volume representa uma redução em torno de 10% em relação à previsão inicial.
Embora o café seja uma commoditie de valor elevado, em torno de R$ 500,00 a saca de 60 quilos, o economista explica que esse preço não remunera os custos de produção. “O cafeicultor está vendendo a produção à medida que precisa liquidar seus compromissos de imediato. Este ano as vendas já chegaram a 47% da produção. Por isso o café do Paraná precisa de incentivo”.
Mesmo que o café não esteja entre as culturas mais expressivas em termos de volume, o investimento dos produtores em qualidade, inclusive estimulado pelo concurso, ajuda a divulgar o produto paranaense.
PARCERIA – Os parceiros desta edição são a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná (Fetaep), Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Sebrae, Sistema Ocepar, Fortaleza Coffee, Cooperativa Intregrada, Grupo 2 Irmãos, Sicredi, Crea-PR, Bratac, Sociedade Rural do Paraná, Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Probat, Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Cocamar, Cocari e Copacol.