Em parceria com a Polícia Científica do Paraná e a Polícia Federal, o Centro de Ciências Forenses da Universidade Federal do Paraná foi inaugurado nesta quarta-feira (23). O objetivo é que pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos na área forense possam contribuir com os trabalhos da segurança pública.
Identificação de substâncias ilícitas, análises ambientais, investigação de ataques cibernéticos e de microvestígios em cenas de crimes, são alguns exemplos de como as ciências forenses contribuem para a celeridade das ações judiciais e no combate ao crime organizado. Essas questões foram discutidas por autoridades estaduais, federais e internacionais que participaram da inauguração.
O diretor-geral da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki, disse que a criação do Centro no ambiente acadêmico representa um passo importante para a ciência forense brasileira porque a iniciativa favorece o desenvolvimento de soluções inovadoras na investigação forense de forma integrada.
“É uma grande satisfação para a Polícia Científica paranaense a realização desse sonho. A perícia criminal precisa estar de mãos dadas com a academia para que possamos evoluir e fazer as coisas acontecerem, para dar respostas à sociedade e servirmos de inspiração para outras regiões do país”, disse Grochocki, que também ministrou, no decorrer do evento, uma palestra sobre os trabalhos exercidos pela instituição.
Para o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Tércio Issami Tokan, que participou da videoconferência, essa é uma ação inédita, e disse que ao conhecer o projeto do Centro de Ciências Forenses do Paraná ficou esperançoso de que isso possa se tornar algo a ser replicado em outros estados. “Uma das principais formas de melhorarmos a segurança pública do país é apostarmos na ciência”, afirmou.
Os pesquisadores e laboratórios que compõem o CCF são das áreas de Ciência da Computação, Engenharia Ambiental, Física, Farmácia, Geologia e Química, aptos para atuar em diversos campos da área forense. Por conta disso, a coordenadora do Centro de Ciências Forenses da UFPR, Caroline Da Ros Montes D’Oca, disse que a parceria com as polícias Científica do Paraná e Federal é fundamental para a formação dos alunos da universidade, além de contribuir com a sociedade por meio da ciência.
“Baseados em conhecimentos científicos, no desenvolvimento de novos métodos e no uso de novas ferramentas tecnológicas de ponta, conseguiremos auxiliar no trabalho dos peritos criminais”, disse. “É a maneira que podemos contribuir com a população; esse é o nosso suporte para ajudar que a criminalidade seja combatida em qualquer esfera”, acrescentou.
PALESTRAS – Além da palestra de Grochocki sobre como a Polícia Científica tem trabalhado no Paraná, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre diversos temas da ciência forense em palestras ministradas por diversos especialistas.
O Centro de Ciências Forenses e a parceria entre academia e criminalística foi apresentado pela coordenadora do CCF, professora Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger. Já o professor da UFPR e membro do Comitê Gestor do CCF, Daniel Rodrigues dos Santos, ministrou sobre um sistema inteligente para monitoramento de fronteiras. Além dos doutores, um aluno do mestrado de Geologia da UFPR, Matheus Pereira Nogueira e Silva, falou sobre o Capítulo Estudantil de Geociências Forenses da universidade, o qual é presidente.
Uma palestra com um especialista internacional também fez parte da grade do evento de inauguração: “From physical to digital evidence: What makes forensic computing special, and why it is still merely yet another forensic science” (em português quer dizer “evidências físicas e digitais: o que torna a computação forense especial e porque ela ainda é apenas mais uma ciência forense), foi ministrada pelo professor Felix Freiling, da universidade alemã Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg.
O principal foco do professor alemão é a aplicação de métodos científicos da computação para responder a questões do sistema jurídico. Além disso, ele é um dos fundadores dos primeiros programas de bacharelado e mestrado em ciência forense digital profissionais na Alemanha.
PARTICIPANTES – Além de profissionais e estudantes das áreas de ciências forenses, o evento contou com a participação do reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca; da vice-reitora da UFPR, Graciela Bolzón de Muniz; do diretor do Setor de Ciências Exatas da UFPR, Marcos Sfair Sunye, e do perito criminal federal Fábio Augusto da Silva Salvador.
Pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, quem acompanhou foi o diretor-geral da Sesp em exercício e chefe da Assessoria de Planejamento Estratégico e Gestão de Projetos, coronel João Alfredo Zampieri.