Coopera Paraná promove capacitação de pequenas cooperativas

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O Programa Estadual de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar (Coopera Paraná) reuniu, nesta quinta-feira (27), agricultores, dirigentes de pequenas cooperativas e associações, profissionais ligados à agropecuária e estudantes para discutir alternativas de comercialização da produção. O encontro foi realizado de forma online e teve participação de cerca de 300 pessoas.

“É um momento de construção da nova safra de cooperativas, tão importante para as pessoas e para a vida social e política do Paraná”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, durante a abertura. “Precisamos usar todo o arcabouço jurídico, técnico e político para dar força a esse crescimento.”

Ortigara destacou que o Estado possui pelo menos 670 entidades associativas da agricultura familiar. “Não discrimino nada desde que a nova organização que estamos apoiando, dando força e até ajudando financeiramente, seja bem estruturada, tenha foco, faça bom produto, faça coisas diferentes, não dependa exclusivamente de um mercado institucional, tenha boa gestão e tenha transparência”, enumerou.

EMPODERAMENTO – Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, o cooperativismo possibilita o empoderamento do pequeno agricultor. “É o caminho mais curto para reduzir as desigualdades do mercado”, afirmou.

Ele destacou que o associativismo paranaense é referência perante o País. “Foi o cooperativismo que fez esta revolução do agro”, disse. Mas, segundo ele, ainda há um distanciamento tecnológico, principalmente quando se refere ao pequeno produtor. “É preciso que seja reduzido e a gente só vai conseguir ganhar tempo se estiver integrado numa rede de crescimento, de fortalecimento”, completou.

PILARES – Para o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR), Leonardo Boesche, as cooperativas da agricultura familiar precisam ter em vista quatro pilares: ser necessária, ter grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento, ser economicamente viável e estar legalmente constituída. “Apesar de termos um excelente modelo de cooperativismo no Paraná, ainda existe espaço para mais, e esse espaço precisa ser ocupado”, disse.

SOLUÇÃO – Também participando da abertura do evento, o presidente da Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA/PR), Olcimar da Rosa, ressaltou que a pequena agricultura está sentindo os efeitos da pandemia mundial do novo coronavírus.

“Mas onde há cooperativas da agricultura familiar e da reforma agrária organizadas, elas aparecem como solução. “Elas têm exercido um importante papel social.”

Já o presidente da União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes/PR), Ivori Fernandes, destacou a importância do programa Coopera Paraná para que as pequenas cooperativas passem a realizar grandes negócios. “A agricultura familiar precisa existir, precisa continuar produzindo alimento saudável que vai à mesa do dia a dia”, disse.

PALESTRAS – O evento de capacitação estendeu-se com palestras sobre a importância do cooperativismo da agricultura familiar nos mercados alimentares. Elas foram conduzidas pelo professor da Unila e da Unicentro Dirceu Basso e pelo professor da UTFPR Márcio Gazolla. Na sequência, o consultor do Sebrae André Policastro discorreu sobre novos ambientes para a comercialização.

PROGRAMA – O Coopera Paraná foi lançado em setembro de 2019. Ele tem como objetivo o fortalecimento das organizações cooperativas como instrumentos para melhorar a competitividade e a renda dos agricultores familiares.

No ano passado, houve um trabalho de capacitação para a gestão com presença de aproximadamente 160 dirigentes de pequenas cooperativas de produção, em várias regiões do Estado. Recentemente, foi promovido outro curso para orientar sobre o correto uso dos recursos públicos.

O Estado também lançou edital e aprovou 114 projetos, que gradualmente têm sido formalizados. A previsão é que recebam recursos totais de R$ 36,5 milhões a serem aplicados em investimentos socioprodutivos que garantam condições de sustentabilidade para as organizações. Para a realização dos projetos, os agricultores contam com assistentes técnicos, que também passaram por capacitação para a tarefa.

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